Gilberto Mendes (músico, compositor, professor e jornalista brasileiro) nasceu em Santos em 1922, no ano da Semana de Arte Moderna, divisor de águas em nossa cultura, que influenciou com seus anarquistas, futuristas, comunistas, militares, canibais e dadaístas, todos os movimentos de ruptura deste país desde então.
Considerando a influência da música de cinema, rádio, dos movimentos Concretista e Música Nova, entre outros, influência assimilada por Gilberto Mendes e transformada de maneira particular em sons, podemos dividir sua obra em três grandes fases:
a) Fase de Formação (1945-1959), em que o compositor nos apresenta referências nacionalistas, particularmente as rítmicas, como resultado de discussões e reflexões em torno do Manifesto Jadnov.
b) Fase do Experimentalismo (1960-1982), caracterizada por uma destruição lógica da organização tradicional.
c) Fase da Trans-Formação (após 1982), marcada por uma nova sintaxe, em que o som é recolocado em sua posição integrante de um conjunto mais longo e mais complexo. Como afirmou, certa vez, o próprio Gilberto Mendes:
“Meu espírito é integracionista. Fundir e fazer uma grande geléia de tudo”
Um dos expoentes da música santista a partir da segunda metade do século XX, Gilberto Mendes se destacou por sua arte de vanguarda, que lhe permitiu criar obras como Santos Football Music. Um dia, ao ouvir a transmissão de uma partida pelo rádio do carro de um amigo, teve a idéia de produzir uma obra que retratasse os sons e os sobressaltos de uma partida de futebol. Assim criou a música teatro que conta com a participação da platéia para recriar o clima nervoso de um estádio.
Confira abaixo antológica filmagem da música teatro Santos Football Music, composta por Gilberto Mendes em 1969 e estreada em Varsóvia pelo maestro Eleazar de Carvalho. A filmagem aqui mostrada é da interpretação da Orquestra Sinfônica de Santos, sob a regência de Luis Gustavo Petri e do próprio compositor, que rege a platéia. Este video é parte do dvd A ODISSEIA MUSICAL DE GILBERTO MENDES, produzido pela Berço Esplêndido e dirigido por Carlos de Moura Ribeiro Mendes.
Bravo! Bravo! Bravo!
Referências:
– Novo Milênio
– Wikipédia
– Athos Núcleo Artístico